A história das Casas Bahia é uma jornada marcante de empreendedorismo e proximidade com o povo brasileiro. Criada para atender quem não tinha acesso ao crédito, a marca se tornou sinônimo de consumo popular, inovação em vendas parceladas e comunicação direta com a classe média emergente.
Neste artigo, seguimos uma linha do tempo desde a origem da marca nos anos 1950 até sua fase mais recente, com foco no varejo digital. Acompanhe os principais momentos dessa gigante do varejo nacional.
As origens humildes: Samuel Klein e a Kombi
A trajetória das Casas Bahia começa com Samuel Klein, um imigrante judeu polonês que chegou ao Brasil após a Segunda Guerra Mundial. Estabelecido no ABC Paulista, ele começou a vender produtos de porta em porta em uma Kombi, atendendo operários da região com simpatia e confiança.
Em 1957, Samuel fundou a primeira loja física em São Caetano do Sul (SP). O nome “Casas Bahia” foi escolhido em homenagem aos migrantes baianos da região, que formavam a maioria da clientela. A proposta era clara: vender a crédito para quem não era atendido pelos grandes varejistas.

Os carnês: acessibilidade como diferencial competitivo
Nas décadas seguintes, especialmente entre os anos 1960 e 1980, as Casas Bahia popularizaram o carnê como forma de parcelamento. Sem necessidade de cartão de crédito, milhões de brasileiros puderam adquirir eletrodomésticos, móveis e eletrônicos de forma acessível.
A estratégia de crédito própria transformou a loja em um ponto de realização de sonhos. Mais do que vender produtos, a marca vendia esperança e pertencimento a um estilo de vida.
- Clientes da classe C e D
- Parcelamento acessível, sem burocracia
- Presença física em áreas populares e centros urbanos
Campanhas publicitárias e o Bahianinho
A popularidade da marca foi ampliada por campanhas publicitárias icônicas, especialmente nas décadas de 1990 e 2000. O tom das peças era direto, com preços baixos, urgência de compra e personagens que marcaram época.
O maior símbolo dessa comunicação foi o Bahianinho, mascote da marca, que virou sinônimo de promoção e empatia com o consumidor. Comerciais com bordões e ofertas relâmpago marcaram uma geração de consumidores.

Expansão nacional e estrutura logística
Na virada dos anos 2000, as Casas Bahia já contavam com centenas de lojas espalhadas por regiões estratégicas do Brasil, especialmente Sudeste, Sul e Centro-Oeste. A rede investiu fortemente em logística para garantir entregas rápidas e eficientes.
A infraestrutura incluía centros de distribuição regionais e frota própria, com foco em capilaridade e entregas rápidas, algo vital para o público-alvo. Esse sistema também integrava montagem e pós-venda, criando um elo de confiança com o cliente.
- Centros de distribuição regionais
- Frota própria de caminhões
- Equipes de montagem e entrega
- Roteirização inteligente para agilidade
A fusão com o Ponto Frio e a criação da Via
Em 2009, ocorreu um dos marcos mais relevantes da história da marca: a fusão com o Ponto Frio, então pertencente ao Grupo Pão de Açúcar. Essa união deu origem à Via Varejo, atual Via, e representou uma mudança significativa na governança e na atuação estratégica do grupo.
Com essa fusão, buscava-se integrar operações, ganhar escala nacional e competir com gigantes do e-commerce. A gestão familiar de Samuel Klein foi substituída por executivos de mercado, dando início a uma nova fase mais corporativa.
- Ganhar escala e sinergia operacional
- Reforçar atuação no comércio eletrônico
- Reduzir custos e modernizar os sistemas de gestão
Transformação digital e desafios da nova era
Nos últimos anos, a Via acelerou a transformação digital da Casas Bahia. A rede passou a atuar como marketplace, integrando milhares de vendedores parceiros. As lojas físicas foram reconfiguradas como pontos de apoio logístico ao e-commerce.
Apesar dos avanços, a empresa enfrentou desafios como o crescimento de concorrentes digitais, crises de consumo nas classes C e D e mudanças de gestão. Mesmo assim, o peso da marca segue sendo um dos maiores ativos do grupo.
- Concorrência com marketplaces como Amazon e Magalu
- Queda no consumo em momentos de crise
- Necessidade de reposicionar a marca no ambiente digital

Curiosidades sobre as Casas Bahia
Ao longo das décadas, a marca colecionou curiosidades que ajudaram a consolidar sua presença no imaginário popular brasileiro. Desde a origem do nome até a reinvenção do seu mascote, tudo contribui para manter a marca viva na memória do público.
Esses detalhes mostram como a Casas Bahia é mais do que uma rede de lojas: é parte da cultura de consumo do Brasil.
- O nome homenageia os baianos que viviam no ABC paulista
- A marca já foi a maior anunciante de TV do Brasil
- O Bahianinho foi renomeado como “CB” em 2021
- A sede atual da empresa ainda está em São Caetano do Sul (SP)
Casas Bahia: a marca que fala a língua do povo
A história das Casas Bahia se confunde com a trajetória de milhões de brasileiros. Com foco em acessibilidade, proximidade e comunicação direta, a rede construiu uma identidade única no varejo nacional.
Mais do que vender produtos, a marca vendeu possibilidades. E mesmo diante dos desafios da nova era, continua sendo símbolo de uma época em que o consumo era uma conquista possível — paga no carnê e entregue com sorriso.
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IMPORTANTE
Este artigo foi elaborado com base em fontes históricas e registros públicos sobre a trajetória das Casas Bahia. Caso identifique alguma informação incorreta ou deseje contribuir com dados adicionais, entre em contato com o Dicionário News. Nosso compromisso é com a informação de qualidade e o resgate da memória empresarial brasileira.
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