A indústria brasileira sofreu um forte revés após a entrada em vigor da nova política tarifária dos Estados Unidos. De acordo com estimativas do setor, o impacto das medidas poderá resultar em uma perda de até US$ 5 bilhões em exportações ao longo dos próximos 12 meses.
Previsão de crescimento da indústria é revista
Diante do cenário internacional mais adverso, entidades representativas da indústria nacional revisaram para baixo suas projeções de desempenho para 2025. O crescimento estimado da produção industrial passou de 2,3% para apenas 0,8%, refletindo a incerteza nos mercados e o efeito imediato das barreiras comerciais impostas por Washington.
Os setores mais afetados são justamente aqueles com maior presença nas exportações para os EUA, como metalurgia, calçados, têxteis e autopeças. Empresas de grande porte e médias indústrias exportadoras já relatam redirecionamento de contratos e renegociação de embarques.
Tarifas e insegurança comercial
A decisão do governo norte-americano, que elevou tarifas sobre uma gama de produtos oriundos do Brasil, foi justificada como parte de uma estratégia para proteger o mercado interno e conter desequilíbrios comerciais. No entanto, especialistas apontam que a medida poderá desestimular investimentos estrangeiros na cadeia produtiva brasileira, especialmente nos setores mais globalizados.
Analistas também alertam para possíveis efeitos indiretos nas cadeias de fornecimento regionais, inclusive com impactos sobre o nível de emprego industrial nas regiões mais exportadoras do país.
Resposta do setor produtivo
Organizações industriais defendem uma resposta institucional coordenada do governo brasileiro. Entre as ações propostas estão: negociações diplomáticas para reverter as tarifas, incentivos à diversificação de mercados e ampliação de acordos comerciais com outras economias.
Além disso, há a expectativa de que medidas internas de fomento à competitividade e desoneração possam mitigar os efeitos negativos, ao menos no curto prazo.
Perspectivas e desafios
A indústria brasileira vive, portanto, um momento de cautela. Com a queda nas exportações para os EUA, surge a necessidade de buscar novos destinos, ajustar a produção e acelerar a inovação para manter a sustentabilidade dos negócios.
Apesar das dificuldades, analistas ressaltam que o Brasil ainda possui vantagens competitivas importantes, como base industrial diversificada, capacidade produtiva e potencial de integração com novos mercados da Ásia, África e América Latina.
📚 Fonte: Confederação Nacional da Indústria (CNI), projeções divulgadas em agosto de 2025.
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